PROFESSORES
DA ESCOLA BENVINDA UTILIZAM DOSVOX PARA PROMOVER INCLUSÃO DE ALUNOS COM
DEFICIÊNCIA VISUAL
DOSVOX É FERRAMENTA
ESSENCIAL NO TRABALHO COM ALUNOS QUE APRESENTAM BAIXA VISÃO
Por Francinei Moraes Gonçalves, RU:1211254
Polo – Barcarena/Pa
Data: 06/09/2017
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Os professores da Escola Benvinda de
Araújo pontes, localizada no município de Abaetetuba, decidiram que o ano
letivo de 2017 seria diferente para os alunos da inclusão, e não é que está
sendo? Os docentes passaram a utilizar recursos tecnológicos com os alunos que
apresentam deficiência visual para promover mais independência nas atividades
escolares deles.
Alunos
com necessidade visual enfrentam muitos desafios para dar prosseguimento aos
estudos. Dificuldades que vão desde o tamanho da letra do livro didático até na
questão da locomoção em escolas sem acessibilidade. Foi pensando nessa
problemática que os educadores dessa escola pública resolveram tomar uma
atitude, organizaram um grupo de estudo e verificaram a melhor forma de
utilizar a tecnologia a serviço de seus discentes. Através de pesquisas optaram
pelo dosvox, que é o primeiro leitor de tela produzido no Brasil. O recurso é
bastante acessível, pois pode ser utilizado por pessoas sem contato prévio com
a informática, além de ser distribuído gratuitamente pela internet.
Segundo
o professor Rogério, um dos maiores incentivadores do projeto, o aplicativo foi
escolhido porque apresenta um conjunto de orientações que possibilita ao aluno
especial realizar suas tarefas escolares de forma autônoma. Os alunos podem
utilizar o aplicativo em todas as disciplinas, realizando a leitura dos textos
e das atividades que os alunos não conseguiam ler no livro didático além, é
claro, dos jogos disponíveis que trabalham as operações matemáticas. É
utilizado por alunos com baixa ou nenhuma visão do 6º ao 9º ano do Ensino
Fundamental e também pelos alunos do Ensino Médio.
De acordo com a professora Raimunda, uma das
monitoras do projeto, esse sistema de softwares é constituído por um
sintetizador de voz que permite ao aluno editar, imprimir e formatar textos,
além de possibilitar ao usuário acesso à internet. Os comandos são ativados, em
sua maioria, por letras do alfabeto. O
aplicativo interage com o discente por meio de diálogos com o conteúdo gravado,
estimulando romper limites e desenvolver seu intelecto. A dificuldade
encontrada para a utilização do recurso é que nem sempre o poder público faz a
parte dele, pois deveriam enviar periodicamente técnicos de informática para
realizar a manutenção dos computadores e da própria internet da escola, quando
isso não ocorre, os alunos precisam contar com a colaboração dos próprios
professores para que o recurso tecnológico não deixe de funcionar.
A aluna Evellyn, 12 anos, que perdeu 75% da
visão por conta de uma patologia, conta que se sentia excluída das aulas, pois não
conseguia ler os textos do livro didático e tinha que contar com a ajuda dos
colegas e de professores para realizar suas atividades. Hoje, Evellyn tem um
companheiro inseparável na sala de aula, seu tablete: através do aplicativo
dosvox faz a leitura de todas as informações que aparecem na tela. “Isso me
possibilitou mais que independência em meus estudos, me percebo como uma pessoa
capaz e agora posso interagir com meus colegas nas redes sociais”, disse a
usuária.
Além
dos recursos de voz, a comunidade escolar já se mobilizou para adquirir um
teclado para computador em alto relevo, facilitando assim a localização das
teclas e uma impressora especial em braile.
Todas
as pessoas que fazem parte desta comunidade escolar são unânimes em afirmar que
através deste recurso tecnológico houve um avanço significativo na aprendizagem
destes alunos. O aluno do ensino médio Renato, 16 anos, diz que nunca aprendeu
tanto em tão pouco tempo. “Agora posso desenvolver meus conhecimentos, tenho
acesso à informação, posso me socializar com as pessoas e já penso na minha
aprovação no vestibular”.
O
sucesso do aplicativo só foi possível pelo modo como os profissionais da escola
encararam o desafio. A ferramenta tecnológica sozinha não faria todo o serviço,
foi necessário o envolvimento de todos e a aplicação de uma política pública
voltada para inclusão e a formação continuada dos professores da escola.
Através da mobilização de todos, a comunidade escolar passou a rever seus
valores e tomou atitudes no sentido de contemplar a todos com uma educação de
qualidade. A mãe de um dos alunos com necessidade especial, Dona Arlete, se diz
muito satisfeita e afirma que desafios como este podem e devem ser encarados
por outras escolas.
Fontes:
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